Parece que originalmente, e até recentemente (1920-1930), a corda usada no berimbau era um material natural: um pedaço de cipó (esp. LIANA) ou uma corda feita de lã (esp. LANA).
Por essa época, o arame começou a ser usado, sendo um arame comum de cerca. Depois que primeiros veículos motorizados tornaram-se comuns, e quando se fizeram os pneus com arame de aço, este arame se achou em uso comum pelos capoeiristas.
Eles adquirem pneus velhos, usualmente, num recauchutador de pneus. Cortam a borracha até acharem o início do arame. Depois, desenrolam-no, dando usualmente um comprimento de 15 ate 17 metros. Tiram a borracha que resta no arame com uma faca e, em seguida, passam lixa para limpar o arame completamente. Para preservar o arame da ferrugem, alguns dos mestres aplicam-lhe um pouco de óleo semanalmente e passam a lixa nele a cada quinze dias.
Depois de limpar bem o arame, faz-se num dos extremos do arame uma laçada de tamanho certo para caber exatamente no botão cortado na extremidade inferior do berimbau. Ou de mais ou menos 2cm para caber na extremidade do berimbau pontudo. Esta laçada coloca-se na extremidade inferior e, com o arame bem folgado, mede-se um pedaço de arame do comprimento da vara mais, aproximadamente, dois palmos (aproximadamente 40-45cm). Então, uma segunda laçada menor faz-se nesta extremidade, e corta-se o arame.
Depois de fazer as laçadas, toma-se um pedaço de barbante ou cordão grosso e dá-se um nó nas pontas. Passa-se pela laçada menor, da maneira indicada.
A tensão do arame deve ser aquela que der o melhor som, e isto se aprende apenas com experiência.
Hoje em dia, alguns dos mestres ainda usam arame de aço tirado de pneus, mas está sendo usado cada vez mais arame de aço comprado num carretel (numa bobina). A qualidade é a mesma ou melhor, e está eliminado todo o trabalho de tirá-lo e limpá-lo. Geralmente, os mestres que ainda ensinam ou dão shows precisam de pouco arame e ainda o tiram dos pneus. Os indivíduos que fazem berimbaus em quantidade para vender geralmente usam o dos carretéis.
No hay comentarios:
Publicar un comentario